terça-feira, 9 de dezembro de 2008


29 de Novembro de 2008

Este é mais um dia de aniversário do nosso querido Pai e mais uma vez nos voltamos a reunir à sua volta para vivermos em família esta data tão cheia de significado.

Por tudo o que esta data representa para nós, vêm-me à memória certas passagens que guardo desde os meus tempos de menino e que, ao longo da vida, têm constituído precioso tesouro que quero hoje partilhar convosco:

“Recordo-me de tudo o que fiz no dia em tu nasceste”.
Ouço inúmeras vezes esta frase, carregada de muito afecto, da boca do nosso Pai. E depois lá vem a narração dos factos …
Certamente cada um de nós terá muitas recordações afectuosas do nosso querido Pai, da nossa querida Mãe e dos nossos Avós! …

Quem teve uma infância tão desamparada física e afectivamente conseguiu criar à sua volta uma rede de afectos espalhando-os por todos os que o rodeiam. Conseguiu criar, com a nossa querida Mãe, uma família onde sempre nos sentimos bem porque o carinho sempre nos agregou. Também a educação e a disciplina nos acompanharam ao longo do nosso crescer.

Os mais pequenos momentos eram aproveitados para nos ensinar alguns aspectos que devíamos ter em conta no nosso agir.
Guardo na lembrança, por exemplo que quando a nossa S. José (Gégé) foi estudar para Leiria, em1960, o Pai andava no campo na sementeira do centeio. Fez um intervalo para vir a casa despedir-se da filha, tendo-lhe recomendado os cuidados a ter na viagem!
Recordo-me disto como se fosse hoje, talvez porque, desde logo, me tenha apercebido da importância deste cuidado do Pai com a filha.

Um dia, por volta dos meus 5 ou 6 anos de idade, disse-me: “Quando alguém te perguntar quem é o teu pai diz sempre: “ é o Sr. Messias Palos” e que não dissesse como os outros rapazes, “sou filho do ti Messias” .

Estes factos, como tantos outros, definem uma pessoa com uma enorme sensibilidade, saber e educação, aprendidos na escola da vida, já que não pôde contar com os pais que o deixaram órfão em muito tenra idade.

O Pai refere muitas vezes que algumas pessoas lhe diziam, para seu bem, que fizesse desta ou daquela maneira, a respeito das mais diversas coisas. E, reconhecido, acrescenta: “aprendi muito com muita gente”.

E nós podemos dizer que o nosso Pai tem ensinado muito, com a sua enorme sabedoria, a quantos têm privado com ele, muitos dos quais têm manifestado a importância dos seus conselhos.

No meio da família unida e afectuosa que formou com a nossa querida Mãe, faz questão de manifestar, repetidamente, que se sente uma pessoa feliz. E todos nós, à sua volta, nos sentimos unidos por esta mesma felicidade.

Obrigado, querido PAI!

Peroficós, 29 de Novembro de 2008